quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Nordestinando o Natal

Poesia de Ney Leandro de Castro

À você eu ofereço
a poesia mais brejeira que se canta no sertão
nas latadas e nas feiras.

Ofereço a flor xanana
que nasce em rua e ruela
quanto mais bela, mais simples
quanto mais simples, mais bela.

O vôo das arribaçãs
o canto azul do concriz,
os votos de boas-vindas
dos mais lindos bem-te-vis.

A lavadeira lavando
roupas brancas de Jesus
o perfume das mangabas,
ouro e rubí dos cajus.

A beleza dos riachos
os açudes em sangria
o verde que vem com a chuva
as cores que vem com o dia
ofereço ainda mais.

À Jesus, o Deus menino:
o carinho, a força
o amor do povo nordestino.

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