domingo, 30 de dezembro de 2007

É festa, é festa, menino Deus

Artigo do jornalista e produtor cultural Amaury Júnior, publicado no jornal Correio da Tarde no dia 26.12.2007.

Como diz o ditado, devemos dar a César, o que é de César. Pois bem, no último domingo, 23, tive o imenso prazer de assistir o Auto Natalino intitulado "A Festa do Menino Deus", com o texto primoroso baseado na obra do dramaturgo e homem de teatro Racine Santos, com uma concepção artística impecável de João Marcelino, como sempre nos surpreendendo com tamanha simplicidade do seu inegável talento artístico, isto é o que marca na beleza de seus trabalhos. E ainda na equipe, a dignidade que Dimas Carlos, responsável pela concepção coreográfica externa nas coreografias simples, porém de muito bom gosto e muito bem realizadas pelos quadrilheiros, incumbidos de ser o termômetro de emoção do espetáculo, coisa que dificilmente bailarinos fariam com tamanha naturalidade, força e vontade. Por último quero enaltecer a direção cênica do jovem experiente e competente João Júnior, onde pude perceber em cada ator um pouco da sua direção peculiar, pude também sentir, seu toque, seu jeito e sua marca no que tange a um espetáculo desta grandeza.

O figurino traduziu fielmente a intenção do universo do teatro nordestino, conforme a obra de Racine Santos. O que predominou foi a xilogravura, que este ano está completando 100 anos. A inspiração para todo este vestuário, João Marcelino foi buscar nas suas diversas pesquisas pela cultura popular do RN. É de extrema importante ressaltar a utilização de estampas primorosas em diversos vestuários. O preto e o branco predominaram nos figurinos dos brincantes e a xilogravura está explicita e muito bem aplicada no figurino da romanceira interpretada por Krystal, que me deixou embevecido com seu talento e capacidade de se reinventar, sem dúvida ela é a grande revelação, além de grande cantora, se destaca como uma excelente atriz.

A cenografia pretendia oferecer ao público informações visuais que ilustrassem com mais objetividade a narrativa dramática, e conseguiu com total simplicidade, marca do espetáculo. A fachada da Pinacoteca do Estado foi tomada por imagens das capas dos folhetos de cordéis, projeções animadas de pinturas do artista plástico Arruda Sales, imagens criadas pelo artista gráfico Wilberto Amaral, desenhos de luz com movie light do iluminador Daniel Rocha, sombras chinesas, projetadas em imensos painéis brancos. O que mais me chamou a atenção do início ao fim do espetáculo foi que as imagens interagiam com as cenas no palco, juntamente com a trilha sonora que fizeram uma casadinha emocionante, com músicas originais criada pelo jovem músico da Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte, Willames da Costa, que fez sua estréia como músico de trilhas para teatro. Um ponto positivo para este auto, a revelação de novos talentos no mercado.

A cultura popular é referência importante na encenação e nas danças que fazem parte do espetáculo. A intenção foi literalmente fazer o público rir e se emocionar, e esta intenção foi atingida com maestria. Desde o início com as criancinhas até as interpretações emocionadas de atores como o jovem Gleydson Almeida, que mais uma vez mostra ser a grande promessa do teatro potiguar. Sônia Santos, que estava visivelmente emocionada, fez sua presença marcante interpretando Isabel. Outro destaque é Bira Santos, que surpreende do início ao fim. O espetáculo contou com 15 atores e 120 quadrilheiros em cena. O nascimento do menino Deus, com utilização de tecidos azuis, artifício muito utilizado por Moncho Rodrigues em seus espetáculos, foi outro ponto que chamou a atenção com tamanha beleza cênica. No âmbito das interpretações a única coisa que deixou um pouco a desejar foram os três reis magos, estavam muito caricatos, as maquiagens estavam um pouco carregada, o figurino era um tanto alegórico de mais. E as bandeiras com cores fortes: lilás e rosa. Os exageros beiravam um tremendo equívoco. Sabemos que nada é perfeito.

Outro ponto importante no tocante às interpretações, foi a participação mais que especial do grande ator mossoroense Marcos Leonardo, interpretando o Coronel José Rodes. A vinda dele para o espetáculo mostra o quanto é importante à interação artísticas de Natal e de Mossoró. Não é a primeira vez que Natal vem dando o braço a torcer e tenta cessar a famosa celeuma cultural com a capital do auto-oeste. Outro fato parecido ocorreu quando a atriz mossoroense Tony Silva participou do Auto do Natal em 2004. O que há ainda é uma certa resistência por parte do mercado cultural mossoroense. Ferida que acredito ser sarada em curto espaço de tempo. O que podemos perceber neste momento é que a capital do estado começa a dar a volta por cima e reagir na produção cultural, e tenta buscar seu lugar ao sol no cenário cultural, antes tarde do que nunca.

Fica subentendida no espetáculo a homenagem as duas principais festas cíclicas (festas relacionadas a nascimentos) do Rio Grande do Norte, que é o São João e o Natal, daí a real importância de se ter membros de quadrilhas juninas de Natal, dando vida a um grande coro de brincantes (toda pessoa que dança folclore ou danças populares) levando muita alegria ao espetáculo. As coreografias costuram o espetáculo como se fosse grandes retalhos de tecidos formando uma imensa cocha.

Aproveito para parabenizar o investimento da ordem de 400 mil reais na realização deste espetáculo, pelo Governo do Estado, através da Fundação José Augusto. E também para registrar que este espetáculo foi montado em menos de 30 dias, e o que pudemos perceber é que houve talento de sobra para tamanho desafio. E a noite só poderia terminar iluminada por um show pirotécnico, emocionando ainda mais, os que dali saíram com almas realizadas das mais belas doses de arte e cultura de nosso povo. Jesus da lapa, Jesus da lapa, Jesus da lapa, nós viemos triunfar...

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Vamos refletir....

A besta que viste foi e já não é, e há de subir do abismo, e irá à perdição; e os que habitam na terra (cujos nomes não estão escritos no livro da vida, desde a fundação do mundo) se admirarão, vendo a besta que era e já não é, mas que virá. (Apocalipse 17 : 8)

"Um índio"
(Caetano Veloso)

Um índio descerá de uma estrela colorida brilhante
de uma estrela que virá numa velocidade estonteante
e pousará no coração do hemisfério sul na américa num claro instante
depois de exterminada a última nação indígena e o espírito dos pássaros das fontes de água límpida mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias

Virá impávido que nem Muhamed Ali
Virá que eu vi apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi tranqüilo e infalível como Bruce Lee
Virá que eu vi o axé do afoxé, Filhos de Gandhi
Virá...

Um índio preservado em pleno corpo físico
em todo sólido, todo gás e todo líquido
em átomos, palavras, alma, cor, em gesto, em cheiro,
em sombra, em luz, em som magnífico

Num ponto eqüidistante entre o Atlântico e o Pacífico
do objeto sim resplandecente descerá o índio
e as coisa que eu sei que ele dirá, fará não sei dizer assim
de um modo explícito.

E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
surpreenderá a todos não por ser exótico
mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
quando terá sido o óbvio...

domingo, 23 de dezembro de 2007

Qual a cor deste Natal?

Feliz Natal e um próspero 2008!

Poderíamos até dizer que o vermelho lembra o mês de dezembro e que ele é o mês mais festejado do Universo.

O brilho deste mês enfeitado de dourado, prateado e luzes faiscantes, só vai nos lembrar que precisamos da luz para completar nossa alegria, que só sentimos a intensidade das cores quando há iluminação para haver o reflexo, portanto, no mês do Natal, devemos aproveitar pra sermos felizes acompanhando toda a alegria que vibra em todos, brilhando e sendo mais uma estrela, refletindo nossa luz em todos a nossa volta, para que neste Planeta maravilhoso todos consigam ser feliz.

Amaury Júnior e toda a equipe do Blog CulExpress, deseja que todos estejam em Harmonia, que o Natal seja mais um motivo para confraternizações e alegrias, que o próximo Ano seja o melhor para todos.

Quem não se aprimora se estupora

Artigo escrito por Washington Olivetto*, publicado na Época Negócios.

No final dos anos 70 do século passado, o comunicador Abelardo Barbosa – o Chacrinha – resolveu acrescentar mais uma categoria ao seu famoso Troféu Velho Guerreiro, que premiava o melhor cantor, a melhor cantora, o melhor ator, a melhor atriz etc. da televisão brasileira: a categoria "o melhor publicitário". Tive o privilégio de ser o ganhador. Alguns dos meus colegas na época acharam a coisa brega, popularesca, pouco chique.

Mas eu, que já era fã do Chacrinha desde antes de 1968, quando ele foi consagrado "doutor honoris causa em comunicação" pelos tropicalistas, adorei o fato e fui feliz da vida receber o meu prêmio. Obsessivo por pontualidade, cheguei, no dia do programa, meia hora antes do combinado e, graças a isso, recebi uma grande lição. Por mais de 20 minutos, pude observar, por detrás do backstage, uma equipe do Chacrinha montando as chacretes, vestindo os músicos, testando os efeitos de som, iluminação e gelo seco.

Enquanto isso, outra equipe ensaiava o auditório: a hora de aplaudir, o que responder quando o Chacrinha perguntasse "Vocês querem bacalhau?", em que tom gritar "uhh-uhhh" quando o Chacrinha berrasse "Teresinha".De repente, interrompendo a minha observação, chegou o próprio Chacrinha, que, enfático, me disse: "Olá, Washington Olivetto. Como vai? Vai bem?" E, antes que eu respondesse, completou: "Viu como aqui é tudo organizado?" Respondi um tímido sim, e ele completou: "E você sabe por que é assim organizado? Porque aí eu entro e desorganizo. Se não estiver organizado, não dá pra desorganizar. "Recordei essa história em agosto passado, na Alemanha, durante uma palestra que fiz na Berlin School of Creative Leadership – escola exclusiva para todo potencial fora-de-série do universo da comunicação.

* Washington Olivetto é publicitário e presidente da W/Brasil.

Veneza brasileira

Poesia de Amaury Júnior, escrita em 24.04.2003, em homenagem a sua cidade Recife/PE.

Um luar no Capibaribe
Dedilhando suaves cordas do meu violão
Ecoando pelo meu Recife
Minha Veneza brasileira,
Meu porto solidão

Suas pontes e suas águas
Seus prédios e seus moradores
Velhos contadores de prosa e de fatos
Que ficaram na história
Nas madrugadas boêmias das
Ruas e becos do meu Recife antigo
De uma época eterna
Na lembrança de quem viveu e não volta mais

Enveredando na noite nua do meu Beberibe
Olho como nunca o Marco Zero, a luz, o Santa Isabel,
O bar e o Cais do Apolo, lugares onde jamais minha vida
Irá mudar, onde meu destino não cruzou mais concerteza
Um dia cruzará.

VIVA RECIFE, VIVA A TERRA DO FREVO... MEU POVO O RECIFE TE QUER!!!!!

Poesia rabiscada

Poesia de Amaury Júnior, escrita em 13.11.2003

Poesia é um estado de espírito
A qualquer momento pode se manifestar
É só pegar papel e caneta e algo concerteza sairá
Uma poesia pode se concretizar.

Não são filosofias, nem tão pouco demagogias
E sim pensamentos de quem tem para explanar
Onde mais próximo do coração possa chegar.

Palavras que encantam, que adoro proferir
Poesias são marcantes que não dá pra não ouvir.

Poesia é como ar, se paro de contemplar
Morro ao sufocar.

Trechos únicos e precisos
Que não consigo explicar
Varo dias e noites
Não consigo mais parar.
A todos que encontro declamo,
Esta poesia que acabo de rabiscar.

Poesia é tudo

Poesia de Amaury Júnior, escita em 13.11.03

Poesia é amor
Poesia é sentimento
Poesia é carinho
Poesia é esperança
Poesia é criança
Poesia é sabedoria
Poesia é filosofia de vida
Poesia é tudo
Poesia não tem explicação
Poesia é apenas uma
Manifestação do coração.

Beloral

Poesia de Augusto Soares (2001)

A beleza me chupou
Não gozei em sua boca
Como se o tremor
Do meu corpo avisasse
Largou-me e beijou-me
A face.

Ejaculei em seu colo
E depois provei mistura nova
Próprio esperma e leite
Enquanto era explorado
Por todos seus orifícios
Minun – cio – samente.

P.S: Esta poesia foi escrita por um cara chamado Augusto Soares em 2001. Ele é de Recife/PE, e era amigo de uma prima minha, chamada Greyce Kelly. Nunca mais tive notícias dele. Enfim, fica aqui um registro da minha admiração pelos seus escritos.

Não tenho inspiração

Poesia da minha amada irmã Aretha Heitor.

Sempre a procura de te ter
Olhando para os lados a procura de você
Vejo nos olhos das pessoas
Que elas também a querem
Não fujas de mim, minha vida
Sem você o que serei?
Sem ti não posso escrever
Nem muito menos viver
E tua procura é inútil
Pois quando mais se procura
Ai é que se acha
Oh! Inspiração cretina
Tanto te procurei
E só agora percebo
Que nunca te perdi
Sempre te tive aqui comigo
O que toda uma vida procurei.

Descobridor dos sete mares

Poesia de Amaury Júnior, escrita em 01.04.2005

De repente me deparei no inverno
Estação súbita e perturbadora
Me indaguei sobre a existência humana.

Pela primeira vez, me senti só, inteiramente só.
Queria desafiar tudo e todos
Queria lançar uma ação, para receber uma reação, estava
Preparando para me deparar com o desconhecido.

Lembrei que aquilo que não conheço
Instiga-me a querer descobrir.

Meu pensamento tem força, ele pode se materializar.
Não posso temer aquilo que não conheço.
Na vida temos que encarar o real e o irreal.
Temer por que? Aquilo que não me mata me fortalece.
Como já havia dito, estou só, procurando uma resposta.
Dentro do meu eu, esta procura é incessante.

Talvez eu esteja dormindo, num sono profundo.
É tão difícil acordar, será que quero acordar?
Não sei se quero acordar e descobrir que eu, sou eu mesmo.
Acho que o encanto acabaria. Se é que ele existe.

Do fundo do meu âmago, não sei realmente o que estou fazendo.
Queria andar sem destino, ser o descobridor dos sete mares,
Sem saber o caminho, pensando, perguntando, respondendo.
Quero desvendar o mapa que me levará ao meu verdadeiro – eu.

P.S. Dedico esta poesia a minha nova colega de prosas, palavras e poesias Geralda Xavier.

Frase do dia


“Poesia não é para entender e sim para sentir”

(Amaury Júnior)


quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Bebendo na fonte de Plínio Marcos

“…Mas o ator tem que se conscientizar de que é um cristo da humanidade e que seu talento é muito mais uma condenação do que uma dádiva. O ator tem que saber que, para ser um ator de verdade, vai ter que fazer mil e uma renúncias, mil e um sacrifícios. É preciso que o ator tenha muita coragem, muita humildade e sobretudo em transbordamento de amor fraterno para abdicar da própria personalidade, com a única finalidade de fazer a sociedade entender que o ser humano não tem instintos e sensibilidade padronizados, como os hipócritas com seus códigos de ética pretendem.”

“Eu amo os atores nas suas alucinantes variações de humor, nas suas crises de euforia ou depressão. Amo o ator no desespero de sua insegurança, quando ele, como viajor solitário, sem a bússola da fé ou da ideologia, é obrigado a vagar pelos labirintos de sua mente, procurando no seu mais secreto íntimo afinidades com as distorções de caráter que seu personagem tem. E amo muito mais o ator quando, depois de tantos martírios, surge no palco com segurança, emprestando seu corpo, sua voz, sua alma, sua sensibilidade para expor sem nenhuma reserva toda a fragilidade do ser humano reprimido, violentado. Eu amo o ator que se empresta inteiro para expor para a platéia os aleijões da alma humana, com a única finalidade de que seu público se compreenda, se fortaleça e caminhe no rumo de um mundo melhor que tem que ser construído pela harmonia e pelo amor.”

A função do artista nada mais é, que se despir do que é, e se vestir do que vai “vender”.

VIVA PLÍNIO MARCOS, UM DOS MAIORES ARTISTAS DESTE PAÍS!!!!

SINTO VERGONHA DE MIM

Artigo de Ruy Barbosa

Sinto vergonha de mim, por ter sido educador de parte desse povo, por ter batalhado sempre pela justiça, por compactuar com a honestidade,mpor primar pela verdade e por ver este povo já chamado varonil enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim por ter feito parte de uma era que lutou pela democracia, pela liberdade de ser e ter que entregar aos meus filhos, simples e abominavelmente, a derrota das virtudes pelos vícios, a ausência da sensatez no julgamento da verdade, a negligência com a família, célula-mater da sociedade, a demasiada preocupação com o “eu” feliz a qualquer custo, buscando a tal “felicidade” em caminhos eivados de desrespeito para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim pela passividade em ouvir, sem despejar meu verbo, a tantas desculpas ditadas pelo orgulho e vaidade, a tanta falta de humildade para reconhecer um erro cometido, a tantos “floreios” para justificar atos criminosos, a tanta relutância em esquecer a antiga posição de sempre “contestar”, voltar atrás e mudar o futuro.

Tenho vergonha de mim pois faço parte de um povo que não reconheço, enveredando por caminhos que não quero percorrer…

Tenho vergonha da minha impotência, da minha falta de garra, das minhas desilusões e do meu cansaço. Não tenho para onde ir pois amo este meu chão, vibro ao ouvir meu Hino e jamais usei a minha Bandeira para enxugar o meu suor ou enrolar meu corpo na pecaminosa manifestação de nacionalidade.

Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti, povo brasileiro!

domingo, 16 de dezembro de 2007

Artigo do novo presidente do Senado Federal

O resgate dos princípios democráticos
GARIBALDI ALVES FILHO

Como novo presidente do Senado, pretendo adotar medidas para corrigir rumos, remover entraves, desobstruir a pauta.

A DEMOCRACIA representativa está em crise em todos os quadrantes mundiais, provocando alterações nos vetores de força de alguns de seus componentes. Como resultado, vemos o enfraquecimento dos Parlamentos, a dispersão das oposições, a fragmentação e a pasteurização partidária e a desconjunção no sistema de pesos e contrapesos criado para promover a harmonia entre os Poderes.

Na esteira desses fenômenos, a democracia brasileira se depara com uma cultura política eivada de mazelas, a partir do patrimonialismo, situação que confere ao sistema político-institucional uma arquitetura peculiar, tomando-se como exemplo a figura do nosso hiperpresidencialismo, que acaba plasmando um parlamentarismo às avessas: o Executivo realiza as ações decorrentes do arsenal legislativo que ele mesmo impõe.

O abuso de medidas provisórias usurpa a função legislativa do Congresso. O Poder Legislativo também se vê diante de um conjunto de decisões emanadas das altas cortes da Justiça, algumas exibindo nítido caráter normativo, sob o argumento dos magistrados de que, se assim o fazem, é porque o Parlamento falha no cumprimento da ação legislativa. Ou seja, os princípios constitucionais da independência, autonomia e harmonia entre os Poderes perdem força.

Sob essa moldura e com a consciência de que não podemos mais conviver com as contrafações que rasgam a letra constitucional, assumo a presidência do Senado Federal.

Inspira-me a idéia-mor de resgatar a prática democrática da tripartição dos Poderes, com respeito às funções atinentes a cada ente, sem o que se tornarão frágeis os eixos da nossa incipiente democracia.

Entendamos que o Congresso Nacional, quando não decide, não o faz por indolência nem por falta de capacidade técnica. As duas Casas abrigam o entrechoque de idéias, o conflito de opiniões, em respeito às diversas correntes da opinião pública. Sua decisão só se efetiva quando se chega a um consenso ou à intermediação das divergências.
Ao editar uma medida provisória ou ao tomar uma decisão baseada em códigos jurídicos herméticos, distantes da compreensão comum, o Executivo e o Judiciário não se balizam pela harmonia dos contrários. O primeiro tem diante de si premências e carências tempestivas da administração, e o segundo não pode se afastar da frieza dos textos jurídicos, sob pena de se envolver no debate emotivo das ruas e impregnar-se de parcialidade.

Como novo presidente do Senado e do Congresso, pretendo adotar medidas para corrigir rumos, como as que possibilitam o exame sumário das medidas provisórias sem caráter de urgência e relevância. Trabalharei para que esse exame seja feito em conjunto pelas Mesas da Câmara e do Senado, afastando, de pronto, a obstrução das pautas. Outros entraves deverão ser removidos, como os excessivos prazos de publicação, leituras reiteradas, discussões, que, em matérias reconhecidamente relevantes, poderão ser dispensados pelas lideranças, em decisão majoritária, sem prejuízo da decisão final do plenário.

O Congresso precisa trabalhar com uma agenda positiva, abrigando temas que exijam rápida decisão. A reforma tributária não pode ser novo remendo, mas um conjunto de propostas capazes de atender, de forma satisfatória, às reais necessidades dos entes federativos. Não é possível só transferir receitas e encargos maiores que as receitas sem que isso se faça de forma a restaurar o equilíbrio perdido entre União, Estados e municípios.
A reforma tributária não se esgota em tributos. Implica real divisão de poder entre todos os mandatários. Ou se faz repartição de forma mais justa, ou não se faz reforma.

De igual modo, urge realizar a reforma política. Não podemos ficar a reboque do Judiciário, que começa a legislar até em matéria política. Os partidos precisam ganhar substância doutrinária, deixando de ser siglas de baixa referência. O sistema partidário há de ganhar vigor pelo adensamento de escopos doutrinários e engajamento das bases, essenciais para evitar a ação arbitrária das cúpulas e o oportunismo. Voto distrital, puro ou misto, financiamento de campanhas políticas, cláusulas de barreira, suplências de candidatos majoritários constituem temas, entre outros, que podem contribuir para o aperfeiçoamento do sistema político.

Essa é uma agenda mínima que ponho à mesa do debate para o revigoramento da nossa democracia.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Alma (Simone)


Almas que tem as dores secretas
As portas abertas sempre pra dor
Almas que tem juízo e vontades
Alguma bondade e algum amor
Almas que tem espaços vazios, amores vadios restos de emoção.
Almas que tem a mais louca alegria que é quase agonia, quase profissão.

A minha alma tem, um corpo moreno, nem sempre sereno, nem sempre explosão.
Feliz esta alma que vive comigo que vai onde eu sigo o meu coração.

Almas que tem as dores secretas
As portas abertas sempre pra dor
Almas que tem juízo e vontades
Alguma bondade e algum amor
Almas que tem espaços vazios, amores vadios restos de emoção.
Almas que tem a mais louca alegria que é quase agonia, quase profissão.

A minha alma tem, um corpo moreno , nem sempre sereno, nem sempre explosão.
Feliz esta alma que vive comigo que vai onde eu sigo o meu coração.

Frase do dia


Antes de começar a criticar os defeitos dos outros, enumera ao menos dez dos teus.
(Abrahan Lincoln)

Pense nisso e tenha um bom dia! e uma semana cheia de realizações!

Sejam bem vindos!!!

Olá amigos,

É com enorme prazer que dou as boas vindas a todos os leitores deste Blog, que há muito tempo eu tinha vontade de realizar. O nome Cult Express, vem da abreviação da palavra cultura e Express, porque hoje a cultura tem que ser em tempo real, com agilidade e credibilidade.

Este espaço é democrático, ou seja, aberto para todos os interessados na promoção da arte e da cultura do nosso RN, do Brasil e do Mundo. Este Blog foi feito para divulgarmos os eventos e as diversas ações do mercado culural. Estamos abertos a discurssões e sugestões.

Estou no mercado cultural, há pelo menos 7 anos, apesar da minha pouca idade, já realizei bastante coisa e tenho muito à realizar, aprender e principalmente VIVER!!!

A palavra do momento é FELICIDADE, de um sonho realizado, mais uma conquista, mais um espaço de difusão da arte e da cultura. A palavra agora é democratização sócio-cultural.

Saibam que podem sempre contar comigo, além deste Blog, sou editor do caderno "Guia do Correio", um suplemento que circula toda quinta-feira de entrenenimento do Jornal Correio da Tarde. Ainda assino uma coluna toda quarta-feira de mídia e mercado intitulada "Tá na Mídia" e se não basta-se ainda sou gerente de marketing deste vespertino que a cada dia cresce e melhora na opinião dos seus leitores que prezam pela notícia fiel e pelo jornalismo coragem.

Desde já agradeço a todos o apoio e a leitura deste Blog, que é e sempre será feito com muita dedicação e respeito. Enviem realises, fotos e sugestões de seu interesse para divulgarmos aqui no Blog pelo email: amaurynatal@gmail.com