quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Desvendando o belo

Artigo escrito por Amaury Júnior, jornalista e produtor cultural, publicado no jornal Correio da Tarde, no dia 09.01.2008.

Para falarmos de arte e de padrões de beleza feminina, precisamos entender que arte é técnica e que os padrões de beleza são bastante convencionais e ao mesmo tempo atemporais. Outro ponto a ser pensado, é que a essência da beleza feminina é mérito da natureza, porém a beleza estética da mulher é de responsabilidade do ego humano. Podemos concluir que a beleza humana é uma obra aberta, podendo ser modificada a todo o momento. A beleza feminina é olhada e analisada por diversos ângulos, gêneros e óticas. O que é belo pra mim, está meramente a mercê de ser considerado feio por outro ser pensante. Os padrões impostos e estabelecidos pela sociedade com relação à beleza feminina são muito diversificados.

No Brasil, belo é a mulher que tem seios médios, glúteo bastante saliente, indo na mão contrária dos padrões dos Estados Unidos, que tem como referência a mulher com seios avantajados. O mais curioso é que nos países Árabes, as mulheres mais belas e desejadas para um bom casamento, são aquelas que para nós sul-americanos, estão acima do peso, as famosas "gordinhas", as magras coitadas ficam encostadas. Indiscutivelmente a beleza feminina é peculiar de cada lugar, gosto e cultura, não dá pra discutir muito. Podemos descrever a mulher como um ser sutil, único e singelo. As vezes frágil e dócil, mas quando necessário voraz.

A mulher sempre foi representada como um ser intocável, em algumas vertentes da arte como a literatura poética, como já dizia Capiba, que numa mulher não se bate nem com uma flor. Com muitos devaneios e fantasias elas vão sendo representadas desde muito tempo e ao longo dele tem sido modificada. O belo está muito ligado a estética, como Hegel escreveu, sobre a dificuldade de se estudar a estética e o fato de seu objeto - o belo - ser de ordem espiritual, pois o belo não é um objeto de existência material, mas de existência subjetiva, inerente a atividade espiritual de cada indivíduo.

Já para o filósofo Platão, o belo é o bem, a verdade, a perfeição, existe em si mesma, apartada do mundo sensível, residindo portanto, no mundo das idéias. Aristóteles, diferente de Platão acredita que o belo é inerente ao homem, afinal, a arte é uma criação particularmente humana. A beleza de uma obra de arte é assim atribuída por critérios como; proposições, simetria e ordenação, tudo em sua justa medida. A Igreja introduziu na idade média a ligação direta da concepção do belo com Deus, segundo Santo Agostinho e São Tomás de Aquino são atribuídos nada mais do que reflexos da própria beleza do Pai todo poderoso. Por fim, Kant afirma, que a estética é um estado de vida de direito próprio. Para contemplar o belo, o sujeito não se vale das determinações das capacidades cognitivas das faculdades do conhecimento.

A beleza tem uma ligação muito forte com a arte, pois a arte se prevalece da mesma, como resultado de diversas vertentes como; o cinema, artes cênicas e visuais, música, literatura e arquitertura. Ao longo do tempo, a arte e as teorias do belo foram se adaptando a realidade humana e os padrões de beleza foram se modificando e ficando presos a estética corporal e facial, principalmente a da mulher. Vele ressaltar que nem sempre o que é belo por fora é belo por dentro. Desculpe-me as fúteis, mas conteúdo é fundamental.

Podemos então entender que a beleza feminina não está no seu vestuário, na sua imagem exterior, nem no seu cabelo, a verdadeira beleza da mulher está estampada na sua alma, nos seus olhos, que é o reflexo direto do seu coração.

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