domingo, 27 de janeiro de 2008

Pra sempre Maysa


O livro
Li recentimente o livro "Maysa Só numa multidão de amore", do escritor Lira Neto e editado pela Globo, são 393 páginas com inumeras fotos ilustrativas. O livro é maravilhoso, conta em detalhes a vida desta cantora que fez tudo na vida com excessos.

Há muito tempo tenho curiosidade na vida e na personalidade de Maysa, desde pequeno quando eu ouvia o cd "Maysa Internacional", que minha mãe tinha, sentia que algo me fassinava e me instigava. Apesar de ser jovem, conheço bem a obra dela.

Vale a pena ler, uma ótima opção de leitura. Abaixo um pouco do que pode-se encontrar no livro e um pouco da obra desta cantora genial.

Simplesmente Maysa
Maysa Figueira Monjardim, mas conhecida como Maysa Matarazzo, ou simplesmente Maysa. Nascida em São Paulo em 6 de junho de 1936, oriunda de uma família tradicional do Espiríto Santo, foi o que podemos considerar uma artista eclética, ou completa, tendo sido cantora, compositora, apresentadora de tv e atriz de teatro e televisão

Maysa passou a infância no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro. Casou-se aos dezoito anos com o empresário André Matarazzo, vinte anos mais velho e membro da tradicional família Matarazzo; da união nasceu Jayme Monjardim, diretor da TV Globo e de cinema.

Em 1959, Maysa se separada de André Matarazzo, que se opôs à sua carreira musical, foi sufucada pela tradição da família do marido. Perdeu o sobrenome, mas em troca ganhou a fama.

A cantora logo transformou-se em uma das estrelas mais bem pagas da música brasileira. Foi a criadora do termo "Fossa", gíria que caracterizava melodias de corações partidos, fins de casos e almas dilaceradas, Antônio Maria autor de "Ninguém me ama" e Dolores Duran que compõs junto com Edilson Borges "Canção da tristeza" eram parceiros dela neste estilo. Maysa namorou a turma da bossa nova, viajou por vários países como Japão, E.U.A, Argentina, Chile, Portugal, Espanha, França e excursionou por todo o Brasil levando ao povo o seu canto e sua voz.

Maysa foi uma mulher que amou e sofreu com a mesma intensidade, sofria de uma solidão que nem mesma sabia explicar. Nenhum artista como ela foi tão explorada pela mídia, para o bem e para o mal. Entre seus diversos romances; o produtor musical Ronaldo Bôscoli, o advogado espanhol Miguel Azanza, o ator Carlos Alberto e com o maestro Júlio Medaglia. Era uma busca insana pelo grande amor, e pro motivos que apenas ela poderia explicar, o amor perfeito não se concretizava.

O uso de álcool e moderadores de apetite a deixavam um tanto quanto instável. A cantora tentou de tudo, diversas internações e promessas de controlar o vício, até uma operação perigosa no momento mais sóbrio da sua vida, houve o acidente que tirou sua vida, em 22 de janeiro de 1977 capota o carro na Ponte Rio-Niterói, quando estava à caminho da sua casa na Praia de Maricá, deixando familiares e uma legião de fãs sem consolação.

Frases sobre Maysa
"Maysa símbolo de ressurreição" (Clarice Lispector)

"Maysa, era um oásis de beleza, de encontro, de inteligência, de sensiblidade e, acima de tudo, de uma presença feminina marcante e charmosa" (José Scatena)

"Maysa não é isso mas Maysa tem aquilo
Os olhos de Maysa são dois não sei quê dois não sei como diga dois oceanos não-pacíficos.
[...]
Maysa reapareceu depois de longa ausência.
Maysa emagreceu
Estás melhor assim?"
(Manoel Bandeira, 1959)

"Há muitas pessoas que cantam.
Há algumas que são estrelas
E há os artistas.
Maysa é artista. O que não a impede de ser a maior estrela do Brasil.
Quando Maysa , mesmo em francês - que não é a sua lingua natal - ocorre algo bastante incomum: agente se dá conta de que uma canção é feita de palavras e de música.
O milagre desta voz, estrenha e espantosamente humana, não seria suficiente para explicar isso se não houvesse também - e sobretudo -, além desta voz, um coração grandioso como o seu"
(Compositores Marnay e Magenta)

Frases, trechos de músicas e poemas de Maysa

"As pessoas estão cada vez mais sós, estão de separando cada vez mais, ficando cada vez mais ilhadas" (Maysa)

"Só digo o que penso, só faço o que gosto e aquilo que creio" (Maysa)

"Se algum dia na vida, te for dado escolher, entre um amor sem certeza, ou possível viver, não te ponhas na dúvida, fuja de ambos" (Maysa)

"Sofrendo calada, chorando sozinha, trazendo comigo, a dor que é só minha, procuro em vão na fantasia, um poquinho só de alegria" (Marcada, Maysa)

"Vou vivendo esta vida, curtindo essa dor, eu só quero que um ida, tu possas saber o que é o amor" (Quando vem a saudade, Maysa)

"Tudo o que passou, será somente um sonho mau, neste mundo novo, viveremos afinal" (Mundo novo, Maysa)

"Quando as primeiras estrelas , nos céu aparecem a piscar, sei que estão rindo de mim, por ainda esperar um amor, que a noite levou para tão longe de mim" (Rindo de mim, Maysa)

"O samba agora criou outro estilo, sambista só sabe sambar pra grãn-fino" (Escuta, Noel - Maysa)

"Entrei em ti
sái de ti
sou pedaço de você
sou pedaço de mim" (Maysa)

"Você passa por mim e não olha, como coisa que eu fosse ninguém. Concerteza você já esqueceu, que em meus braços já chorou também" (Franqueza, composição de Denis Brean)

Dolores Duran
Em 24 de outubro de 1959, Maysa se preparava para mais um show na boate Au Bon Goutmet, em Copacabana, quando pediu que um um amigo ligasse para a Little Club onde Dolores Duran, fazia sua temporada de grande sucesso, para ela segura-se o show que o pessoal queria ver o show dela também, quando recebeu a trágica notícia, Não haveria show naquela noite. E em mais nenhuma outra noite do mundo. Dolores Duran havia morrido. Em homenagem Maysa cantou "Noite de paz" composição de Dolores Duran: "Dá-me senhor uma noite sem pensar, dá-me senhor uma noite bem comum, uma só noite em que eu possa descansar, sem esperança e sem sonho nenhum"

Poema inédito de Maysa
Eu estava com medo
Olhava o mundo com grande terror
Agora estou alegre, estou contente,

Giro pelo mundo vendo gente
Mas esta gebte me faz feliz.

É o sinal do tempo para que eu não esqueça
Que isso é só uma tréga
Da dor que já conheço.

E na volta da dor a mim, depois da paz deslumbrada
Por fim me fará louca
Espantosamente louca
E pedra atirarei pelos caminhos
Por onde terei que arrastar meu corpo
Para que me machuquem antes de que outras.

As mais duras
Abram minha cabeça
E descubram minha inocência.

Resposta
Ninguém pode calar dentro em mim
Essa chama que não vai passar
É mais forte que eu
E não quero dela me afastar
Eu não posso explicar como foi
E como ela veio
E só digo o que penso
Só faço o que gosto
E aquilo que creio

E se alguém não quiser entender
E falar, pois que fale
Eu não vou me importar com a maldade de quem nada sabe
E se alguém interessa saber

Sou bem feliz assim
Muito mais do que quem já falou ou vai falar de mim

Adeus
Adeus palavra tão corriqueira
Que diz-se a semana inteira
A alguém que se conhece

Adeus logo mais eu telefono
Eu agora estou com sono
Vou dormir pois amanhece

Adeus uma amiga diz à outra
Vou trocar a minha roupa
Logo mais eu vou voltar

Mas quando
Este adeus tem outro gosto
Que só nos causa desgosto
Este adeus você não dá

Canção sem título, 1952, inédita
Esqueça que já sofreste um dia
põe de lado a fantasia
e vem comigo amar.

Esquece que já sofre um dia
põe de parte o teu sofrer
e tanto dinheiro pra gastar

Tarde triste
Tarde triste me recorda
Outros tempos
Que saudade
Que saudade
Vivi só
Num turbilhão de pensamentos
De saudade
De saudade

Por onde andará quem amei
Será que também vive assim
Sofrendo como só eu sei
Pensando um pouquinho em mim
Tarde triste
Noite vem
Já está descendo
E eu sozinha, sofrendo

Agonia
Neste mundo de agonias
Há quem viva de ilusões
Com sorrisos de alegria
Com uma aos turbilhões
Faz pouco da realidade
Que é triste pra quem vive assim
E pensa que a felicidade
Se consegue pra sempre sem fim
Quando acorda é tarde entao
Vao atras da felidade
Mas queima em seu coraçao
A dor de uma triste saudade

Ouça
Ouça, vá viver
A sua vida com outro bem
Hoje eu já cansei
De pra você não ser ninguém
O passado não foi o bastante
Pra lhe convencer
Que o futuro seria bem grande
Só eu e você
Quando a lembrança
Com você for morar
E bem baixinho
De saudade você chorar
Vai lembrar que um dia existiu
Um alguém que só carinho pediu
E você fez questão de não dar
Fez questão de negar


Meu mundo caiu
Meu mundo caiu
E me fez ficar assim
Você conseguiu
E agora diz que tem pena de mim
Não sei se me explico bem
Eu nada pedi
Nem a você nem a ninguém
Não fui eu que caí
Sei que você me entendeu
Sei também que não vai se importar
Se meu mundo caiu
Eu que aprenda a levantar

O que
O que que eu estou procurando
No vago aflita olhando
De canto em canto buscando
O que
De noite a lua assiste
Que eu fico ainda mais triste
E saio pra rua andando
Procurando mas o que
Talvez se um dia eu achasse
O mundo depressa tirasse
E eu não conseguisse nem ver
Mas o que
Que eu estou procurando
No vago aflita olhando
De canto em canto buscando
O que?

Felicidade infeliz
Felicidade, deves ser bem infeliz
Andas sempre tão sozinha
Nunca perto de ninguém
Felicidade, vamos fazer um trato
Mande ao menos teu retrato
Pra que eu veja como és
Esteja bem certa porém
Que o destino bem cedo fará
Com que teu rosto eu
Eu vá esquecer
Felicidade não chore
Que às vezes é bom
A gente sofrer

Diplomacia
Pouco importa
A razão da verdade
Que impede a felicidade
De morar no meu coração
Pouco importa se tudo hoje em dia
Se baseia na diplomacia
Que semeia a desunião
Se é preciso ouvir toda gente
Que só diz aquilo que não sente
Que faz pouco da minha aflição
Pouco importa a razão da verdade
Que impede a felicidade
De morar no meu coração

Voltei
Composição de Maysa e Simonetti
Meu verso sempre tão triste
Volta pedindo desculpas
Pelo triste que causou
Meus olhos tantas vezes decantados
Inda mais desencantados
Voltam triste ao que deixou
E tudo recomeça novamente
Eu me entrego docemente
E a tristeza eu me dou
Voltei, com meus olhos
Com meu verso
E a todos eu peço
Que me aceitem como sou
Com meu verso sempre triste
Com meus olhos desencantados
Sendo sempre como sou
Meu verso sempre tão triste
Volta pedindo desculpas
Pelo triste que causou

Vem comigo
Vem, vem ver comigo agora,
você que tão triste chora,
o lado bonito da vida,
um sol brilhante cheio de ternura,
Onde nunca existiu a censura,
Onde a gente se sente querida.

Demais
Composição: Tom Jobim e Aloysio de Oliveira
Todos acham que eu falo demais
E que eu ando bebendo demais
Que essa vida agitada
Não serve pra nada
Andar por aí
Bar em bar, bar em bar
Dizem até que ando rindo demais
E que eu conto anedotas demais
Que eu não largo o cigarro
E dirijo o meu carro
Correndo, chegando, no mesmo lugar
Ninguém sabe é que isso acontece porque
Vou passar toda a vida esquecendo você
E a razão por que vivo esses dias banais
É porque ando triste, ando triste demais
E é por isso que eu falo demais
É por isso que eu bebo demais
E a razão porque vivo essa vida
Agitada demais
É porque meu amor por você é imenso demais.

Hino ao amor
Se o azul do céu escurecer
E a alegria na terra fenecer
Não importa, querido
Viverei do nosso amor
Se tu és o sonho dos dias meus
Se os meus beijos sempre foram teus
Não importa, querido
O amargor das dores desta vida

Um punhado de estrelas no infinito irei buscar
E a teus pés esparramar
Não importa os amigos, risos, crenças de castigos
Quero apenas te adorar
Se o destino então nos separar
Se a distante a morte te encontrar
Não importa, querido
Porque morrerei também

Quando enfim a vida terminar
E dos sonhos nada mais restar
Num milagre supremo
Deus fará no céu eu te encontrar
Quando enfim a vida terminar
E dos sonhos nada mais restar
Num milagre supremo
Deus fará no céu eu te encontrar

I Love Paris
I love paris in the spring time
I love paris in the fall
I love paris in the winter when it drizzles
I love paris in the summer when it sizzles
I love paris every moment
Every moment of the year
I love paris, why oh why do
I love paris
Because my love is here

Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Il faut oublier
Tout peut s'oublier
Qui s'enfuit déjà
Oublier le temps
Des malentendus
Et le temps perdu
A savoir comment
Oublier ces heures
Qui tuaient parfois
A coups de pourquoi
Le coeur du bonheure

Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Moi je t'offrirai
Des perles de pluie
Venues de pays
Où il ne pleut pas
Je creuserai la terre
Jusqu'après ma mort
Pour couvrir ton corps
D'or et de lumière
Je ferai un domaine
Où l'amour sera roi
Où l'amour sera loi
Où tu seras reine
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Je t'inventerai
Des mots insensés
Que tu comprendras
Je te parlerai
De ces amants-là
Qui ont vue deux fois
Leurs coeurs s'embraser
Je te raconterai
L'histoire de ce roi
Mort de n'avoir pas
Pu te rencontrer
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
On a vu souvent
Rejaillir le feu
De l'ancien volcan
Qu'on croyait trop vieux
Il est paraît-il
Des terres brûlées
Donnant plus de blé
Qu'un meilleur avril
Et quand vient le soir
Pour qu'un ciel flamboie
Le rouge et le noir
Ne s'épousent-ils pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Je ne vais plus pleurer
Je ne vais plus parler
Je me cacherai là
A te regarder
Danser et sourire
Et à t'écouter
Chanter et puis rire
Laisse-moi devenir
L'ombre de ton ombre
L'ombre de ta main
L'ombre de ton chien
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

Palavras, palavras
Raul Cortes: Meu bem, o que há comigo essa noite?
Eu te vejo e sinto como se fosse a primeira vez lembra?
Maysa: O que é que há? O que é que há? O que é que há?

RC: É, eu preciso te falar
M: Mas o que é que há?
RC: Pra mim, você é uma frase de amor começada
M: Não vai mudar, é sempre assim, eu já cansei
RC: Pra mim você é tudo, é vida...
M: É sempre igual
RC: A enterna inquietação
M: Então fala, fala de vez dessa tua inquietação
M: Que amolação!
RC: Você é o vento que traz violinos, rosas

M: Cafonices... Não aguento mais!
RC: Espera, meu bem, ainda não disse tudo
M: De rosas, violinos, essa noite não fale comigo
M: Que estas coisas se sentem na alma
M: Quando elas trazem o amor de verdade, não quando mentem
M: Isto tens que sentir
RC: Uma palavra ainda

M: Palavras, palavras, palavras
RC: Escuta
M: Palavras, palavras, palavras
RC: Eu te imploro
M: Palavras, palavras, palavras
RC: Eu te juro
M: Palavras, palavras, palavras,
M: Palavras, palavras, somente palavras
M: Existem entre nós

RC: Eis o meu destino... Falar, falar como a primeira vez
M: O que é que há? Me deixe em paz, me deixe em paz
RC: Não, não, não, não, não diga nada, você tem toda razão
M: Diz de uma vez que é que há!
RC: Mas por favor, acredite em mim

M: Não vai mudar, é sempre assim, eu já cansei
RC: Você é meu hoje, meu ontem...
M: Sempre igual, sempre igual
RC: O meu eterno amanhã
M: O que fazer pra te provar?
M: O jogo deve terminar, tem que acabar
RC: Nos teus olhos a lua se apaga e se ascendem as estrelas

M: Ai, cafonices... Não aguento mais
RC: Ai, se você não existisse teria que ser inventada
M: Luas, estrelas me entristecem
M: Perturbam nas noites em que eu quero dormir e sonhar
M: Com um homem que é o que é
M: Que fale menos e que me ame mais
RC: Uma palavra, meu bem

M: Palavras, palavras, palavras
RC: Escuta
M: Palavras, palavras, palavras
RC: Espere aí
M: Palavras, palavras, palavras
RC: Eu te imploro
M: Palavras, palavras, palavras,
M: Palavras, palavras, somente palavras
M: Existem entre nós
RC: Meu bem, eu te juro
M: Palavras, palavras, palavras...

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